TB: A terra tremeu

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Depois de passar alguns dias em Yangon e reencontrar a Shanice, minha amiga holandesa, segui viagem para Bagan no centro do país.

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Uma viagem muito desconfortável de umas 12 horas num busão quente pra caramba. Quando chegamos em Bagan fui direto para o hostel e dormi!

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O terremoto

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Quando acordei umas 11 horas da manhã, olhei no meu celular e tinha uma mensagem de um amigo de Hong Kong perguntando se eu estava bem porque ele tinha lido uma notícia de que houve um terremoto em Mianmar.

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Eu nem dei muita importância e falei que deveria ter sido em outro lugar do país e que eu estava tranquilo.

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Resolvi procurar no google sobre o tal terremoto e descobri que algumas horas antes ocorrera um terremoto razoavelmente forte que danificara alguns dos templos. Corri até a recepção, eles confirmaram a notícia, disseram que todos os templos estavam fechados para visitação e que Sulamani, um dos templos mais importantes havia sido danificado demais

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Bagan era um dos lugares que eu mais queria visitar, um dos sonhos da minha vida era visitar esse lugar com todos os templos. Esse dia talvez tenha sido o dia mais triste de toda a viagem.

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Sulamani, o templo que mais foi destruído nesse terremoto e o que mais me doeu o coração de ver assim.

 

Samsara

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A primeira vez que eu ouvi falar desse lugar, foi logo depois de ter feito o voo de balão na Capadócia na Turquia em 2012. Gostei tanto de voar de balão que procurei todos os lugares em que se pode voar de balão e onde vale a pena ir. Bagan apareceu como um dos lugares mais bonitos e tinha decidido que faria esse voo independentemente do preço. Infelizmente, a temporada em que se fazem os voos de balão é bastante curta, apenas 2 meses no ano por causa das chuvas. Não foi dessa vez que voei, quem sabe num futuro não tão distante não vamos juntos, né pai?!

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Depois de ver algumas fotos da cidade, assisti um filme chamado “SAMSARA” que é um dos meus favoritos. São quase duas horas de apenas imagens e música que deixam qualquer um hipnotizado e uma das primeiras cenas mostra o voo de balão em Bagan. Vale a pena assistir em boa qualidade e de preferência depois de uma taça de vinho. Sem dúvidas as imagens são melhores do que qualquer uma de minhas fotos.

Os templos

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Damayangyi é o maior templo de todo o complexo. Apesar de não ter sido destruído por esse terremoto, foi parcialmente destruído por outros terremotos no passado.

Uma antiga cidade do reino de Mianmar que chegou a possuir mais de 10.000 templos e pagodas e que agora abriga aproximadamente 2.200 templos. Por algumas horas deixei de ver esse lugar em todo seu esplendor.

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Thatbyinnyu: diferente dos outros templos, esse tem uma cor branca acinzentada.

 

Passados os primeiros momentos em que eu só queria chorar, resolvi alugar uma bicicleta e explorar um pouco os templos.

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A área dos templos é relativamente grande e explorá-la de bicicleta é um bom exercício físico! Contudo, como já aprendi no Angkor Wat, depois de umas 4 ou 5 horas perde-se o interesse e todos os templos parecem iguais… por isso deixei para explorar os templos em 3 dias.

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São muitos templos! Reservei apenas alguns que eu mais gostei e vou comentar um pouco só em cada foto.

Silver linings

Apesar do terremoto ter destruído mais de 180 templos, uma coisa boa disso tudo foi ver o pós terremoto imediato.

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Não tinha dado tempo para limparem as pedras, ou tentarem cobrir os templos para não danificar mais ainda. Quando estava explorando alguns dos templos que talvez ninguém tivesse visto que tinham sido danificado, vi vários grupos de voluntários e monges inciando os trabalhos para a limpeza e reconstrução dos templos. Teve até a visita do presidente ao maior dos templos que quando eu cheguei tava cheio de câmeras, polícia, paparazzi e aquela confusão toda.

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Foi ruim não poder escalar nenhum dos templos, mas foi uma oportunidade ímpar vê-los logo depois do terremoto e as pessoas tentando minimizar os danos trabalhando juntos com as próprias mão. No final das contas, se não fosse o terremoto, se não fossem os templos quebrados, se não fossem as pessoas querendo ajudar, se não fosse o Sulamani quebrado… não seria minha viagem.

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TB: Yangon

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Como eu tinha falado, resolvi ir passando por todos os países que faltam entre um post novo e outro. Sempre que rolar esse “TB” significa que já não estou mais lá!

Yangon

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A maior cidade de Mianmar, com aproximadamente 6 milhões de habitantes, capital do país até 2006 é lugar mais bem desenvolvido por lá. Os livros que vocês lerem sobre a história de Mianmar, quer sejam romances ou outros livros, geralmente tem como início essa cidade.

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Conhecida antigamente como Rangoon,  foi sitiada durante a segunda guerra Anglo-Burmese e palco de alguns bombardeios durante a segunda guerra mundial, ainda assim mantém a beleza de uma cidade com a maior quantidade de prédios coloniais no sudeste asiático. Os prédios coloniais lentamente dão espaço a  prédios modernos, altos e até um projeto audacioso de um grande aquário no centro da cidade.

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Sem dúvidas muito mais cosmopolita do que todos os lugares que tinha visitado até então no sudeste asiático. Sua população, além do povo da birmânia, é composta também por gente da Índia, Bangladeshi e Paquistão. Não é preciso nem dizer que além das pagodas douradas e templos budistas, mesquitas estão espalhadas por toda cidade, obviamente em menor quantidade.

Aula de inglês

Na primeira manhã nessa cidade, conheci um israelense e resolvemos sair pela cidade conhecendo seus principais pontos turísticos. Quando estávamos no monumento da independência que é bem parecido com um obelisco, eu estava lendo um guia sobre a cidade quando ele voltou falando que uns 4 meninos de aproximadamente 16 anos tinham nos convidado para ir pra uma aula de conversação em inglês. Achei meio estranho na hora, mas não estava fazendo nada demais mesmo, então, por que não?

Seguimos eles por umas ruelas e subimos até o quarto andar de um prédio. Chegando lá havia uma sala de aula com vários pequenos grupos de alunos. Escolhi um dos grupos e começamos a conversar. As perguntas eram bastante simples e principalmente sobre o Brasil, nossa cultura, paisagens, cidades e tudo mais. Todos eram muito curiosos.

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O que me fez pensar muito, foi quando um dos alunos me perguntou se eu já tinha visitado algum outro país da América do Sul  e eu respondi que sim. Respondi que um deles era Venezuela e um aluno prontamente complementou “Ah.. I know, Mount Roraima and Angel falls… the biggest waterfall in the world.”

Eu fiquei extremamente surpreso e de certa forma incomodado. Fiquei surpreso como um daqueles meninos, nesse país que eu mal tinha ouvido falar sabia detalhes sobre a Venezuela que eu só descobri porque eu fui pra lá. Essa minha reação me incomodou muito. Porque ela queria dizer que eu considerava todos eles com um nível de educação muito inferior ao meu e que era inadmissível que eles soubessem tanto assim de um país tão distante, enquanto eu tive que explicar pra vários amigos onde ficava Mianmar.

Nós brasileiros reclamamos o tempo todo que os gringos consideram a gente ignorante, mas é só encontrar um país um pouco mais pobre que pensamos a mesma coisa.

Foi a primeira de várias vezes que eu tive que parar e reconsiderar alguns preconceitos que tinha sobre esse povo. Um povo que sofreu anos com a ocupação inglesa e que até recentemente estava debaixo de uma forte ditadura militar mas que possui uma cultura incrível e dono das maior quantidade de recursos minerais e outros recursos naturais do sudeste asiático. Além de ser muito bem educado e inteligente.

Shwedagon Pagoda

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Vista de praticamente todos os lados de Yango, é mais sagrado para os budistas de todo Mianmar e talvez do mundo, diz-se que possui relíquias de 4 budas e 8 fios de cabelo de Siddharta, O buda.

A estupa principal é composta por uma base de mármore e o restante de concreto coberto com lâminas de ouro. Em seu topo há outras dezenas de pedras preciosas e diamantes.

Sobreviveu à ocupação dos ingleses, alguns bombardeios e terremotos.

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Mantém-se imponente e impossível passar despercebida aos visitantes e moradores da cidade.

Alguns fatos curiosos sobre esse local são dignos de nota.

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No século XV a rainha Shisawbu doou uma quantidade equivalente ao seu peso (40kg!) para que fosse transformado em lâminas de ouro e usadas para cobrir a estupa principal.

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Ao redor da estupa, há 8 postos planetários representando os dias da semanas e  4 representando as fases da lua. No zodíaco birmânico, mais importa o dia da semana que nasceu do que o mês ou o ano como no horóscopo chinês.

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São 8 animais dispostos nos 8 pontos cardeais  e colaterais; em cada um desse um buda. Os devotos vem para esse lugar e ficam dando banho nos budas dispostos em seu respectivo ponto cardeal ou colateral.

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Não… as semanas em Mianmar não tem 8 dias. Essa diferença se dá porque a quarta-feira, representada pelo elefante, é dividida em quarta-feira de manhã (elefante macho com marfim) e quarta-feira a tarde (elefante fêmea sem marfim).

As demais fotos são de alguns parques e pontos turísticos menores da cidade.

 

 

 

 

 

Kuala Lumpur

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Faz quase um mês desde minha última publicação então tem bastante coisa pra falar. Decidi que ao invés de publicar tudo em ordem cronológica, vou publicar o que estou vivendo e, entre uma e outra publicação, fazer um “Throw Back”: publicar uma viagem antiga.

Depois de ficar 3 semanas em Mianmar, voltei pra Tailândia para encontrar meu irmão e viajamos por quase 1 mês juntos. Depois disso passei rapidinho por Kuala Lumpur na Malásia e agora estou em Singapura.

Vim pra Singapura principalmente para pegar meu visto pro Japão, mas aparentemente só quem é residente é que pode dar entrada no visto por aqui. Infelizmente, Japão vai ter que ficar para a próxima.

Kuala Lumpur

Capital da Malásia de um grande centro de negócios do Sudeste Asiático. Cidades grandes são cidades grandes em todos os países e Kuala Lumpur não é diferente. Algumas coisas chamam a atenção nessa cidade. Diferentemente de todos os outros países em que estive agora, a religião majoritária nesse país é o islã. Então, ao invés de monges budistas por toda parte o que mostra essa diferença são as mulheres com suas Hijabs bastante características.

Etnicamente falando, na Malásia há uma grande comunidade de indianos, paquistaneses e outros povos do oriente médio. Assim como etnias diferentes, as comidas também são bem diferente se comparado aos outros países.

Muito curry, hommus, falafel, kebabs e outras comidas do oriente médio. Foi bom pra dar uma variada.

Petronas Twin Towers

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Sem dúvidas o cartão postal mais conhecido da cidade essas duas torres tem 452 metros de altura, o que faz delas o quinto maior prédio do mundo e as maiores torres gêmeas. Realmente impressionam ao olhar. Todas as noites há um show de luzes, água e som em uma das fontes em frente às torres.

Jakob e Lena

Conheci esses casal de finlandeses no ônibus vindo de Koh Tao, na Tailândia. Como sempre, não tinha planos para quando chegasse na cidade e começamos a conversar e eles logo me acolheram e foi parar no mesmo hostel deles.

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Não sei quantos finlandeses vocês já conheceram, mas eu conheci o suficiente para dizer que são, sem sombra de dúvidas as criaturas mais amigáveis, pacíficas e dóceis desse mundo!